Selo Pro-Ética: como relações íntegras impulsionam resultados para o seu negócio

O Selo Pro-Ética é uma iniciativa da Controladoria-Geral da União (CGU) que reconhece empresas comprometidas com a integridade, a prevenção da corrupção e a promoção de um ambiente ético nos negócios. Mais do que um reconhecimento institucional, o selo funciona como um importante diferencial competitivo para o mercado.

Considerando o cenário corporativo atual cada vez mais atento à ética e à responsabilidade empresarial, os riscos relacionados à integridade não podem ser ignorados. 

O Estudo Corruption Fraud Survey, realizado pela Delloite Portugal aponta que 42% dos entrevistados afirmam já ter experienciado algum tipo de fraude ou infração, como ciberataques ou pagamentos indevidos. 

Além disso, 83% reconhecem que a ocorrência de eventos como fraude e corrupção afeta diretamente os resultados financeiros e reputacionais do negócio. Isso reforça que nenhuma empresa está livre de se ver envolvida em práticas ilícitas.

No Blog de hoje, entenda o que é o Selo Pro-Ética, a sua importância para as empresas, os aspectos avaliados e o papel estratégico da cadeia de fornecimento na consolidação de uma cultura de integridade.

O que é o Selo Pro-Ética?

O Selo Pró-Ética é um reconhecimento público para empresas que atuam pautadas em valores como ética, integridade e responsabilidade social em suas operações. 

O selo foi criado em 2010 pelo  pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública  em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Instituto Ethos, e tem ganhado cada vez mais evidência entre as empresas. 

Com os avanços das práticas ESG e consolidação da Lei Anticorrupção, atuar pautado sob crivos éticos e transparentes não é mais visto como uma opção. 

Empresas que buscam manter uma competitividade no mercado se tornam cada vez mais cientes que agir com ética é um critério obrigatório nas relações com clientes internos e externos.

Desde sua criação, mais de mil empresas já participaram do programa, sendo 260 reconhecidas por suas práticas éticas e transparentes. A iniciativa tornou-se referência nacional e internacional em ética corporativa, e já foi destacada por instituições como a OCDE, o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) e a Organização dos Estados Americanos (OEA).

Quem pode participar da aplicação para obter o Selo Pró-ética?

O selo é destinado a empresas de todos os portes e setores que implementem programas de integridade consistentes, incluindo: 

  • Organizações Públicas;
  • Organizações privadas;
  • Terceiro Setor;
  • Companhias estrangeiras que atuam no Brasil 

Por sua vez, não podem participar do Pro-Ética:  

  • Associações sem fins lucrativos, 
  • Entidades de classe ou sindicatos, 
  • Organizações religiosas, 
  • Fundações, sociedades de propósito específico (SPE) sem atividade econômica, 
  • Consórcios, 
  • Clubes recreativos, 
  • Cartórios (Serviços Notariais e de Registro), 
  • Escritórios de advocacia, 
  • Estatais estaduais, distritais e municipais e as entidades do “Sistema S”. 

O Selo Pro-Ética tem validade? 

Sim. O Selo Pro-Ética tem validade de dois anos e a participação é gratuita. As empresas que se inscreverem na edição 2025/2026 por exemplo, devem apresentar evidências sobre seu funcionamento, evolução dos programas de integridade e ações de melhoria que compreendem o período de novembro de 2022 até março de 2025. 

Qual a importância do Selo Pro-Ética para as empresas?

O Selo Pró-Ética proporciona um reconhecimento positivo da empresa perante o mercado e a sociedade como uma marca comprometida em estabelecer em suas operações, processos éticos e transparentes, reforçando a cultura de integridade dentro da empresa.

De acordo com o Art. 3º, da  Portaria Normativa CGU nº 203, o Selo Pro-Ética atua com objetivos específicos que incluem:

I – conscientizar empresas sobre seu relevante papel no enfrentamento da corrupção, ao se posicionarem afirmativamente pela prevenção e pelo combate de práticas ilegais e antiéticas e em defesa de relações socioambientais responsáveis; 

II – reconhecer as boas práticas de promoção da integridade e de prevenção da corrupção em empresas; 

III – reduzir os riscos de ocorrência de fraude e corrupção nas relações entre o setor público e o setor privado; 

IV – contribuir para o desenvolvimento de uma cultura de integridade no ambiente corporativo brasileiro, tornando-o mais íntegro, ético e transparente, sobretudo nas relações que envolvam a Administração Pública; e 

V – ampliar a visão estratégica das empresas, incorporando novos valores éticos e condutas íntegras, aprimorando sua responsabilidade social, ambiental, de respeito aos direitos humanos e de governança.

Quais aspectos são avaliados para a obtenção do Selo Pro-Ética?

O processo de certificação envolve a implementação de programas robustos de compliance com adoção de políticas claras, treinamentos periódicos, canais de denúncia efetivos e mecanismos de controle interno, que estruturam a cultura ética na rotina da empresa.

Para a edição 2025-2026, os principais aspectos avaliados durante o processo são: 

  1. Comprometimento da Alta Direção: demonstra que a liderança está engajada e atua como exemplo no fortalecimento da cultura de integridade.
  2. Gestão de Riscos: envolve identificar, avaliar e mitigar riscos de corrupção, fraudes e desvios éticos.
  3. Código de Ética: define os princípios, valores e condutas esperadas de todos os envolvidos com a empresa.
  4. Treinamentos: garantem que colaboradores e parceiros conheçam e apliquem as normas de integridade no dia a dia.
  5. Controles internos: são mecanismos e procedimentos que previnem e detectam irregularidades e garantem a conformidade.
  6. Due diligence: analisa a integridade de terceiros, fornecedores e parceiros antes de estabelecer relações comerciais.
  7. Canais de denúncia: oferecem meios seguros e confidenciais para relatar irregularidades de forma protegida.
  8. Monitoramento: acompanha e avalia continuamente a eficácia do programa de integridade, promovendo melhorias.
  9. Transparência: garante a divulgação clara e acessível de informações relevantes à sociedade e aos órgãos públicos.
  10.  Direitos Humanos: assegura o respeito e a proteção aos direitos fundamentais em todas as atividades da empresa.
  11.  Responsabilidade socioambiental: demonstra o compromisso da empresa com práticas sustentáveis e com a inclusão social.

Atenção à documentação

As empresas passam por  um rigoroso processo de avaliação e precisam obter uma pontuação mínima de 70 pontos nas perguntas respondidas no formulário de conformidade. Mas apenas isso não é suficiente. 

A apresentação de documentos que comprovem a idoneidade da organização no período avaliado é fator chave para aumentar as chances de obtenção do Selo, entre eles.

1) Certidões de Regularidade Fiscal emitida pela Receita Federal;

b) Certificado de Regularidade do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS-CRF; 

c) Certidão de Débitos Trabalhistas emitida pela Justiça do Trabalho; e 

d) Certificado de Regularidade emitido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama)

2) Adesão ao Pacto Brasil pela Integridade Empresarial, instituído pela Controladoria Geral da União; 

3) Ser signatária do Pacto Empresarial pela Integridade e contra a Corrupção, promovido pelo Instituto Ethos

4) Não estar respondendo ou ter sido condenado no âmbito de Processo Administrativo de Responsabilização – PAR nos últimos cinco anos; 

5) Não estar em negociação para celebração de acordo de leniência de que trata a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013; 

O papel estratégico da cadeia de fornecimento para uma cultura de integridade sólida 

As empresas que buscam o Selo Pró-Ética precisam enxergar além dos próprios portões. Ter uma cadeia de fornecimento pautada em práticas éticas é um reflexo direto da maturidade do programa de integridade da organização.

Para isso, é preciso demonstrar que a empresa adota processos estruturados de avaliação e monitoramento da integridade da cadeia de fornecimento, com atenção especial aos fornecedores críticos ou estratégicos.

E entre os critérios avaliados, destacam-se:

  • Homologação de fornecedores com base em critérios de integridade, incluindo riscos de integridade, fiscal, tributário, socioambiental, conflitos de interesse e conformidade com políticas de compliance da empresa

  • Treinamento e engajamento dos fornecedores, promovendo conhecimento do Código de Ética da empresa, adoção de políticas anticorrupção, alinhamento com os valores éticos e de integridade da organização

  • Monitoramento contínuo de riscos relacionados a condutas ilegais ou antiéticas, reputação dos fornecedores, violações trabalhistas (como trabalho análogo à escravidão), danos ambientais e outros passivos socioambientais

Leia também:  Como a Governança Corporativa impacta os resultados da sua cadeia de fornecimento?

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