Débitos financeiros do fornecedor: 08 informações que não devem ser ignoradas

Um fornecedor com débitos financeiros pode indicar possíveis problemas com relação ao fluxo de caixa e  ineficiência na gestão. E esse cenário pode afetar mais a sua empresa do que você imagina, afinal, coloca em questão a própria capacidade do fornecedor de manter o fornecimento de produtos e serviços de acordo com as exigências estabelecidas. 

Por isso, durante a homologação e o relacionamento comercial, é necessário uma análise minuciosa da saúde financeira , a fim de evitar riscos desnecessários e manter a sustentabilidade das operações. 

Veja no blog da Gedanken de hoje,  a importância de verificar se o fornecedor tem débitos financeiros, as possíveis consequências em ignorar esta análise e 06 informações que também devem ser levadas em conta na hora  selecionar o melhor parceiro comercial.

Qual a importância de verificar informações financeiras dos fornecedores?

Verificar as informações financeiras dos fornecedores é  na seleção e gestão de fornecedores por várias razões importantes:

1. Mais segurança no cumprimento de obrigações

A saúde financeira do  fornecedor é um indicativo de sua capacidade de cumprir com suas obrigações no curto e longo prazo. 

 Fornecedores com boa saúde financeira são mais propensos a manter padrões de qualidade , além de terem maior capacidade de investir em melhorias operacionais, tecnologia e infraestrutura, o que beneficia os clientes.

2. Relações de Longo Prazo

Fornecedores financeiramente saudáveis são mais propensos a serem parceiros de longo prazo, colaborando em inovação e desenvolvimento de novos produtos, resultando em um relacionamento mais forte e produtivo, onde ambos os lados se beneficiam de um crescimento mútuo e sustentável.

3. Mitigação de riscos 

A análise das informações financeiras ajuda a identificar riscos potenciais associados à instabilidade financeira dos fornecedores. 

 Dessa forma, é possível  que as empresas se antecipem a problemas como falências ou dificuldades financeiras que poderiam interromper o fornecimento e afetar negativamente as operações.

Leia também: Gestão de Riscos: o que é, por que fazer e como implementar

 

Quais informações devem ser observadas ao avaliar a saúde financeira do fornecedor? 

Durante a homologação de fornecedores, há informações importantes que  podem indicar alerta em relação aos possíveis débitos financeiros do seu fornecedor no mercado e por isso também não devem  ser ignoradas. Veja quais são:

1. Restrições financeiras com bancos

Uma restrição financeira ocorre quando uma pessoa física ou jurídica possui indicativos que apontam a falta de capacidade para honrar compromissos financeiros. 

Uma vez identificada, os credores enviam os dados do devedor para bureaus de crédito, que são empresas responsáveis por reunir históricos financeiros de pessoas físicas ou jurídicas.

Quando um banco decide pela restrição, muito provavelmente encontrou um ou alguns dos cenários abaixo no seu histórico financeiro: 

  • Inadimplência;
  • Falência;
  • Protestos ou ações judiciais;
  • Fraude ou má conduta financeira;
  • Pontuação de crédito baixa

Saiba mais sobre restrições financeiras com bancos

2.Dívida de débitos trabalhistas 

Débitos trabalhistas são dívidas que uma empresa ou empregador tem com seus funcionários, decorrentes do não cumprimento de obrigações trabalhistas previstas em lei, tais como salários, férias, décimo terceiro salário, horas extras, adicional noturno, FGTS, entre outros direitos trabalhistas.

A falta de pagamento desses valores pode resultar em ações judiciais e até mesmo em bloqueio de bens, além de gerar prejuízos à imagem do fornecedor e consequentemente da empresa contratante que negocia com parceiros de idoneidade duvidosa.

Outro ponto que é bem importante ressaltar: em alguns casos, a empresa contratante pode ser considerada solidária pelas dívidas trabalhistas do fornecedor, mesmo que não tenha sido diretamente responsável pelas irregularidades.

Isso ocorre quando a empresa contratante e o fornecedor com débitos trabalhistas têm uma relação de colaboração e dependência mútua.Nesse cenário, a empresa contratante pode ser obrigada a pagar as dívidas trabalhistas em nome do fornecedor inadimplente, caso não seja possível cobrar diretamente dele.

Emita a certidão de débitos trabalhistas e veja se o seu fornecedor possui alguma pendência. Clique aqui e saiba como.

3. Dívida Previdenciária 

A dívida previdenciária refere-se aos débitos que uma pessoa física ou jurídica possui com a Previdência Social, o que pode trazer consequências negativas tanto para o empregador como para os colaboradores. 

Para a pessoa física, a falta de pagamento de contribuições previdenciárias resulta em perda de direitos como aposentadoria, pensão por morte, auxílio-doença , além do risco de restrições na obtenção de crédito. 

Para pessoas jurídicas que não possuem pagamento relacionados à Previdência Social em dia, os débitos podem acarretar multas e até mesmo processos judiciais. Além disso, pode comprometer inclusive empresas que contratam fornecedores com débitos previdenciários. 

A nova Lei de Licitações (Lei nº 14.133/21) prevê que a empresa contratante é responsável solidária pelo pagamento das obrigações trabalhistas e previdenciárias não cumpridas pela empresa contratada, caso seja comprovado que houve conivência ou negligência na fiscalização do contrato. 

E nesse caso  a empresa contratante pode ser acionada para pagar as dívidas previdenciárias da empresa contratada, caso ela não cumpra com suas obrigações.

Leia também: Saiba como verificar se o fornecedor possui dívidas previdenciárias

4. Dívida FGTS

O Certificado de Regularidade do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, FGTS, é um certificado emitido pela CAIXA ECONÔMICA FEDERAL que atesta se uma empresa está em situação regular com o pagamento das obrigações relativas ao FGTS de seus colaboradores. 

Para estar regular perante o FGTS, o empregador deve estar em dia com:

  1. As obrigações para com o FGTS, considerando os aspectos: financeiro, cadastral e operacional;
  2. O pagamento das contribuições sociais instituídas pela Lei Complementar nº 110/2001; e
  3. O pagamento de empréstimos lastreados com recursos do FGTS.

Verificar se o fornecedor tem pendências com o FGTS não serve apenas para verificar a saúde financeira, mas também garantir que um prestador de serviço não irá trazer um novo passivo para sua empresa.

5. Débitos não tributários

De forma simples, uma dívida ativa não tributária são débitos que não estão relacionados a impostos. 

O Decreto-Lei 1735, de 20 de dezembro de 1979 destaca que dívidas ativas não tributária: “são demais créditos da Fazenda Pública provenientes de empréstimos compulsórios, contribuições estabelecidas em lei, multa de qualquer origem ou natureza, multas tributárias, foros, laudêmios, alugueis ou taxas de ocupação, custas processuais, preços de serviços prestados por estabelecimentos públicos, indenizações, reposições, restituições, alcances dos responsáveis definitivamente julgados, bem assim os créditos decorrentes de obrigações em moeda estrangeira, de subrogação de hipoteca, fiança, aval ou outra garantia, de contratos em geral ou de outras obrigações legais.”

Embora não seja um débito a ser assumido pela empresa que contratará o fornecedor, a existência de dívidas ativas não tributárias é um forte indício da capacidade do fornecedor de honrar suas obrigações financeiras no curto e médio prazo.

6. Dívidas ativas tributárias

Uma Dívida Ativa Tributária pode ser definida como “o crédito da Fazenda Pública, proveniente de obrigação legal relativa a tributos e respectivos adicionais e multas”. Ou seja, uma Dívida Ativa Tributária está relacionada ao não pagamento de impostos, taxas e contribuições diversas como IPTU, o ISS, o ITBI, o IPVA, o Imposto de Renda, etc.

Um dos caminhos para consultar se há débitos tributários federais, por exemplo é consultar o site da Receita Federal e com o CNPJ do fornecedor verificar se há algum tipo de irregularidade ou débito nesse sentido. A consulta e emissão de certidões para comprovar a situação do fornecedor é totalmente gratuita.

Lembre-se: apurar todas as certidões negativas também possibilita que a empresa esteja resguardada quanto ao relacionamento com fornecedores de  integridade duvidosa. 

Leia também: CND Federal

7. Balanço Patrimonial

O Balanço Patrimonial é um relatório contábil que avalia a condição patrimonial de uma empresa ao final de um período – geralmente 12 meses. A sua apresentação é obrigatória por lei anualmente, exceto para empresas enquadradas no Simples Nacional.

No Documento você conta com três informações cruciais referentes às atividades da empresa:

  • Ativos: informações relacionadas a contas a receber, aplicações financeiras, estoques, tributos a recuperar, investimentos, mobiliário, etc.
  • Passivo: informações relacionadas a dívidas a serem liquidadas em até um ano, como obrigações fiscais, trabalhistas, obrigações com fornecedores, etc. Também apresentam as dívidas que precisam ser liquidadas em prazos maiores que um ano como, empréstimos de longo prazo ou financiamentos.
  • Patrimônio líquido: é o capital que a empresa possui disponível em caixa, que pode ser utilizado como reserva financeira ou para realizar novos investimentos financeiros.

Mais do que um documento obrigatório por lei, o balanço patrimonial revela a solidez financeira do seu fornecedor, revelando como os recursos financeiros da empresa são utilizados e gerenciados ao longo do tempo e se o mesmo possui recursos suficientes para cumprir suas obrigações. 

Além disso, empresas com balanço patrimonial saudável tendem a ter maior capacidade de investimento em melhorias de produto ou serviços, tanto no que tange aos processos internos como em inovação.

8. DRE 

A Demonstração de Resultado de Exercício (DRE) funciona como um resumo das operações financeiras de uma empresa em determinado período. Indicam valores de vendas, custos, lucro bruto, lucro operacional e lucro líquido com o intuito de mostrar se no período analisado, a empresa teve lucro ou prejuízo. 

Outra vantagem do DRE é que além de apresentar as projeções de crescimento e custos também apresenta projeções fiscais, com informações detalhadas acerca de impostos e taxas recolhidas durante o ano, evitando a sonegação. 

A apresentação do documento é obrigatória de acordo com a lei n° 11.638/07, publicada em 27 de dezembro de 2007, com exceção do MEI. Deve ser feita anualmente após o encerramento do ano-calendário (período entre janeiro e dezembro do ano anterior).

Conclusão

Ser uma empresa financeiramente saudável é um dos principais indicativos de que as suas operações são sustentáveis e bem geridas. E por isso que, em um relacionamento comercial, esse tipo de informação não deve ser ignorada.

Seja durante o processo de homologação de fornecedor ou monitoramento durante o ciclo de vida do contrato, verificar informações referente à saúde financeira do parceiro de negócio permite entender se este tem a real capacidade de cumprir suas obrigações no curto e longo prazo, trazendo mais segurança durante o processo e mitigando riscos potenciais que possam prejudicar as operações.

Há uma série de informações que podem ser analisadas como por exemplo: verificar se há restrições financeiras com bancos, dívidas relacionadas a débitos trabalhistas, previdenciárias, FGTS, débitos tributários e não tributários, assim como balanço patrimonial e DRE.

Para suprir a demanda de uma infinidade de fornecedores a serem homologados e monitorados mensalmente, é preciso agilidade e precisão para verificar as informações de forma completa. 

A Gedanken através da plataforma G-Certifica acelera em mais de 90% o processo de homologação de fornecedores da sua empresa, utilizando inteligência artifical para checar mais de 400 bases de dados públicas, classificando o nível de criticidade do fornecedor de acordo com a matriz de risco do seu negócio. 

Entre em contato hoje mesmo com o nosso time e eleve o seu processo de homologação a um novo patamar.

 

Gedanken
Gedanken